Todo dia é dia de crescer.


Não posso deixar passar em branco a minha ida à Macapazinho, uma comunidade quilombola remanescente, na última quinta-feira. Por isso, resolvi discorrer um pouco sobre esse acontecimento. Nada muito longo, mas o suficiente para absorver alguma coisa. Esta viagem ocorre há anos na minha escola e envolve os alunos do segundo ano do ensino médio. Um dos objetivos é doar cestas básicas e fazer com que os alunos conheçam algo novo.
Para começar a caminhada pela comunidade com mais ânimo e vigor, fomos recebidos com o sorriso de quem nos esperava. Crianças perambulavam a todo instante por entre a gente, sempre com uma felicidade estampada no rosto, enquanto o restante da comunidade nos observava, tendo a recíproca como verdadeira. Choques de realidades podiam ser sentidos naquele instante inicial, mostrando que a experiência posterior seria fantástica. Toda boa obra tem um prelúdio intrigante.
Depois do café da manhã e das considerações iniciais fomos ao lugar onde a farinha de mandioca é preparada. As senhoras que estavam trabalhando tiravam a casca dessa espécie de planta muito agilmente, dando até um nervoso em quem via. O facão utilizado parecia ser afiado, mas nada de assustador pra quem faz a atividade todos os dias. Logo depois fomos ver as hortaliças da comunidade, que em sua maioria está voltada à subsistência. Algo interessante é que a propriedade é coletiva, tendo somente um lote de terra para cada família. Isso evita a venda da propriedade, algo que foi feito pelos antepassados dos moradores atuais, que tiveram de lutar para recuperar a terra.
A religião predominante é a católica, mas há um terreiro de umbanda na comunidade. Um grupo de pessoas e eu visitamos o terreiro. Fomos recebidos por uma senhora que nos falou um pouco mais da religião e das entidades que estavam presentes através das imagens. O interesse dos alunos que ali estavam gerou muitas perguntas e a conversa a cada instante ficava mais interessante. O ambiente tinha pouca iluminação e fizemos um círculo ao redor da senhora para poder vê-la e ouvir o que falava.     
Depois das visitações previstas aos lugares mais importantes da comunidade todos foram almoçar. Ao som de música ao vivo todos comeram e logo depois se jogaram no igarapé que estava na lateral do restaurante. A diversão foi total, contagiando até os professores, todos muitos recatos em sala de aula. Interessante ver os personagens que encarnamos na vida, não de maneira pejorativa, mas como um método para se dar bem em todos os lugares.
O aprendizado tirado da viagem não cabe num texto. Vislumbrar uma nova realidade e conhecer uma nova cultura é algo que acrescenta no teu valor moral, seja para o surgimento de uma nova concepção seja para a concretização de outra. Tudo é muito construtivo para quem quer aprender.
Para mim, o que fez a viagem ficar mais deliciosa foi o Atittude no ônibus. Para quem não sabe, Atittude é um grupo cristão da minha escola, que fala de Deus e o louva. Desta vez louvamos a Deus durante um bom tempo, não se importando com o restante do ônibus que estava completamente avesso à nossa reunião. Mas, todos se divertiram e aprenderam. 

Muito massa!

1 comentários:

Anônimo disse...

verdade. o passeio foi surpreendentemente incrível.

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