Mudanças. Nunca as incorpore tanto!




Não compete a ninguém palpitar no exterior a si; aquilo que um ser abriga já traz a diversidade e complexidade suficientes para mantê-lo ocupado, preocupado, inquieto, reflexivo e vivo. Nos últimos meses, por exemplo, tudo está tão diferente. Contudo, o contorno da linha que separa a excelência da desgraça nisso é tão sem cor. Se ao redor de todos houvesse neutralidade, tudo seria tão mais claro; só que existem vozes, olhares, manifestações que contemplam e priorizam a obscuridade, a insignificância. Diante disso, o ser fica mais tristonho, mais aborrecido; com um sabor amargo em si e com um monólogo enfadonho na mente.
As mutações que o ser incorpora são necessárias, não sei se saudáveis; concedem vigor à existência, dão vida ao homem; uma possibilidade de caminhos. Elas, contudo, podem denunciar inconstância, um esforço que não compensou ou uma máscara que não caiu bem, talvez. Podem desmoronar um castelo outrora sólido de ideologias e construir outro igualmente sólido e pressentir a existência de outros no porvir...
A incerteza das coisas traz tão forte amargor e uma esperança que não poderia ser tão corrosiva e impiedosa, revelando igualmente a majestade e a ruína do homem. Ele pode reinar sobre si mesmo, sendo o seu próprio guia e inventor, mas sempre está resignado ao tempo, às circunstâncias, às oscilações da montanha pela qual diariamente caminha.
Adaptar-se é o que lhe resta. Transformar a si mesmo. Desapegar-se da vileza da sua arrogância e ignorância. Resta-lhe prosseguir e evoluir, vivendo conscientemente, prezando, antes de tudo, pelo seu bem-estar.

A Aquarela

As faces de um papel não são duas. São muitas. O meu olho não vê exatamente o que o teu vê, pois não é ele quem vê, mas a mente e, algumas vezes, o coração. E esses dois são diversos nos homens, mesmo existindo em todos eles.
Já que nenhum deles é soberano, que a pretensão de querer ser o dominador da verdade e dos argumentos perca a cor. A aquarela da beleza está gratuitamente exposta a todos. Basta coragem para contemplá-la e tê-la residente dentro de si. É aí que os homens se divagam.

A igualdade se manifesta na diferença, quando há a liberdade de ser o que quase ninguém é.

Uma das conversas com o ego

A verdade é alheia à vontade humana.
Contemple-a na sua grandeza e usufrua na sua
humildade.  Busque se encher dela
e experimente a liberdade.
Uma coisa digo a minha mente: não deves te contentar com o que te impõe. Busca na fonte, analisa ao teu redor e retém conforme o conteúdo que da fonte tiraste, já que ela te dá o que precisas, considerando as inverdades para que nelas não tropeces, tendo-as como espinhos e escuridão. Elas, enquanto estiveres aqui, existirão, por isso, conhece-as bem para que não as confunda com verdades, não esquecendo, porém, da supremacia destas e da importância de conhecê-las primeiro, já que, dessa forma, conhecerás o que é falso, ou seja, aquilo que se desvirtua do bem, já que o bem é a verdade.
Aí, a mente me indaga: o que é verdade e inverdade?
Contudo, ela mesmo me responde: Olha bem pra dentro de ti e encontrarás o dono da verdade. Mas, muito cuidado, esse alguém não és tu.
Um ótimo domingo.
Um sorriso a todos J

Overdose

No relacionamento com Deus, fico boquiaberto, espantado, constrangido, extasiado, mas de todos os modos, consciente. Esse estado é o mais importante, já que revela a sanidade diante dos fatos, percebendo mais claramente as situações, suas causas e possíveis finalidades.
A conversa com Deus traz conhecimento, genuinamente vindo da sua fonte mais legítima e pura, revelando a nós mesmos o nosso íntimo mais profundo, fazendo-nos compreender quem somos, abarcando as nossas virtudes e desvios. A via de conhecimento é dupla, já que também vemos a natureza gloriosa de Deus, mediante a manifestação da graça.

Relaciono-me usando o diálogo. Falo, ouço, opto, acato, humilho-me, analiso, compreendo, vislumbro, e, finalmente, alimento a felicidade. 

Penso, logo Ele existe

A complexidade da existência pode deixar o homem boquiaberto, sem perspectiva e amedrontado. Nada anormal. Esmiuçá-la, naturalmente, é mais do que multíplice. É um dever a quem tem sede pelo novo e extraordinário e, principalmente, a quem tem vontade.
A infinidade da vida e do universo converge a interrogações circulares, feitas ao longo do percurso humano nesta Terra. É explicável, portanto, a necessidade da criação de um ser sobrenatural, dotado de poder e vida, para que tais questionamentos sejam respondidos, mediante a crença. Percebe-se, pois, a facilidade de associar a existência de Deus a uma necessidade humana, tendo-a como uma característica aos que são tolos, utópicos, incompletos e néscios.
De fato, para se achegar a Deus a fé é necessária. Ele, contudo, não é um ser que deva ser obrigatoriamente aceito, já que o fato de não acreditar nele não afeta a sua existência. Ele não obriga ninguém a recebê-lo, mas concede oportunidades para mostrar quem Ele é.
Certamente, há dentro do homem um ímã que o leva até Deus, muito embora seja quase imperceptível e ignorado em algumas situações. É a partir desse ímã que o seguinte pedido deve ser feito humildemente: SENHOR, se tu realmente existires, mostra-me quem tu és! Assim como o Sol nasce todas as manhãs, Deus revelar-se-á a quem conversar com Ele. É fundamental, pois, criar um diálogo, pois a resposta virá.
Eu, Lucas, não quero buscar a Deus para obter resposta a todas as indagações nem para fazê-lo de escape para os meus medos e desilusões. Quero me achegar até Ele somente por aquilo que Ele é; e o que Ele é excede toda a capacidade lógica de qualquer homem, explicando o porquê do embaraço encontrado muitas vezes em aceitá-lo como real.
A realidade, aceita ou não, é que Ele é, dentre muitas outras coisas, amor e justiça, características intimamente ligadas, pois a justiça de Deus é a salvação de todo o homem e o seu amor é a maior dádiva, encontrada na pessoa de Jesus Cristo e do Espírito Santo, os quais permitem a esperança de viver a eternidade junto deles e dos que neles creem. Os três são igualmente Deus, da mesma forma que estão dispostos a salvar qualquer homem!

Noutra oportunidade, falarei dos desdobramentos da crença na Tríade Santa.

Correr? Apenas caminhe


Não te desespera, nem te agonia. A vida é mansa; o seu caminhar é seguro e contínuo. Se saíste dela, entra novamente. Ela não está parada te esperando, mas está caminhando e aguardando a tua chegada, para desfrutares das suas maravilhas.

Não te desespera, nem te agonia. Não corras ao encontro com a vida. Mas andes até ela, sem medo e sem olhar para trás. Não corra, pois podes tropeçar e cair. Contudo, não te estagnes na beira do caminho, como um mero contemplador daquilo que é dado gratuitamente a ti, e que, portanto, é teu de direito.
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Ele já nasceu?


O dia exato em que Jesus veio ao mundo como carne é incerto. Mas, nós podemos definir o dia exato em que Ele pode nascer. Nascer significa vir a existir, fazer parte de um meio; significa tornar algo novo presente, mais íntimo a determinado alguém. Mas, como eu e você podemos fazer com que Jesus nasça, se Ele já o fez, foi crucificado, foi morto e reviveu?

Podemos fazer Jesus nascer em nosso coração, na nossa família, no nosso lar, nas nossas relações. A partir do momento em que Ele nascer verdadeiramente num coração, este certamente nunca mais será o mesmo. A presença de Jesus alarga horizontes, traz muitíssima vida, liberdade e alegria. Ela vivifica, acalma, ilumina, transforma, pacifica. Ela faz o que ninguém pode fazer com tão grande excelência.

Convide Jesus para nascer em você. Não se preocupe em escolher as melhores palavras para chamá-lo ou comportar-se da maneira mais polida em sua presença. Somente abra a porta do seu coração. Ele fará o resto. Não se espante se vier uma vontade de chorar ou uma paz indescritível, pois são sinais do agir do Espírito.
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Quem é ela?


Mais do que frequentar reuniões ou obedecer a estatutos com pesar; mais do que seguir o sentido que dizem ser correto ou comportar-se conforme o que o grupo diz; mais do que aparentar uma falsa identidade ou anunciar o que mandam anunciar; mais do que sofrer por conta do peso desmedido que colocam na balança. É necessário conhecer o que nos move e o que nos sustenta. Mergulhar no infinito dá sentido à vida, bem como esmiuçar o imensurável, o que também proporciona descobertas infinitas, não importando se são grandes ou pequenas, mas a modificação que elas geram na alma.

Não adianta viver por conveniência; tudo fica mais vazio, mais incolor, mais distante, mais fugaz. O bom é enxergar as mais belas cores, sentir os odores mais agradáveis; o bom é conhecer! Aquele que nos resgatou da prisão não quer nos colocar em outra - a da opressão, ignorância e escuridão. Pelo contrário, ele quer nos apresentar à plena liberdade, ao conhecimento da sua justiça; ele quer fazer brilhar a sua luz e reinar a sua paz no coração de cada um.

Não vale nada seguir junto com a multidão sem ver quem a está conduzindo mais adiante. Não se coloque atrás, nem vá avante. O exército do maior vencedor é linear e homogêneo, para que os soldados e os outros vejam que não há acepção de pessoas e para que todos possam enxergar aquele por meio do qual as pelejas são ganhas.

Sempre existirá a pessoa que quer nos presentear ainda mais com a sua íntima presença, trazendo-nos comunhão, liberdade, lucidez, confiança e abrangência de horizontes para as mais belas coisas. Mas, será que ela quer que a conheçamos até uma parte ou que nos entreguemos a ela respeitando um limite? Certamente, ela nos quer por inteiro, assim como devemos querê-la.

Só que, quem é ela? É a pessoa do maior unigênito, Jesus, a qual não foi criada e desde o princípio existe. É o Filho, que estava com o Pai e com o Espírito. Estes são somente um; esse um te ama tanto, que foi capaz de fazer loucuras por ti. Conhecendo-o, concretiza-se mais um impossível do Criador: o menor grão de areia e o mais alto monte em perfeita harmonia, união e vontade.  

A caminhada


Às vezes, a mente cria ambientes que demonstram a realidade que o coração está vivendo. Pode-se estar num monte sob uma tempestade ou num jardim correndo por entre as suas belezas. O homem é inconstante e pode passear pelos extremos da vida num período muito curto.
Há uns dias, estava na tempestade, mas hoje me encontro no jardim. O Senhor fez o meu coração se alegrar e permitiu com que eu experimentasse ouvir a sua voz e sentir o seu agir. Entretanto, vou poder passar por um período na tempestade novamente, mas quero poder estar revestido com toda armadura celestial e com o coração grato a Deus pelos benefícios que Ele tem me concedido.
O deserto é transformado em abundância de vida quando Deus ordena. Não existem impedimentos ou barreiras intransponíveis que possam interferir, nem que seja um pouco, na manifestação do seu poder.
Ninguém pode deter o Senhor dos Exércitos, nem vê-lo ao longo da sua infinita majestade e glória. O que se conhece a respeito do Universo é menos que elementar se comparado ao que ele é de fato. Deus criou e cria todas as coisas- imensuráveis e insondáveis a qualquer homem. 
Como eu desejo uma comunhão profunda e constante com Ele! Todas as vezes que sou resgatado pelo seu amor tenho vontade de mergulhar completamente nas águas do Espírito e conhecer mais e mais o Deus de amor e justiça, o qual me sustenta e me faz ser alvo da sua bondade. Aliás, ser alvo da sua bondade é um privilégio que todos podem ter.
Não importa a situação na qual alguém se encontra, pois Ele está disposto a nos fazer viver verdadeiramente. Deus olha com olhar de amor a todos, esmiuçando o coração e vendo qual é a sua intenção. Na verdade, ninguém é digno de receber as suas bênçãos, mas Ele as dá a quem quiser, pela sua infinita misericórdia.
Quão grande é o amor de Deus por todos! Que ninguém seja ingrato ou ignore a sua voz. Ele dá oportunidades para sermos felizes e nos privilegia com a sua doce e tremenda presença.
Que toda a Terra glorifique o Deus vivo, que tem nos ajudado e demonstrado graça e poder, pois Ele é santo e detentor de toda sabedoria e pureza. Amém e amém! 

Missão Urbana

Finalmente estamos de volta. Depois de uns meses ausentes por conta de muitas atividades, estamos de férias. Mas, graças a Deus, não estamos parados. Desde a primeira semana deste mês, temos acompanhado a manifestação da glória de Deus. Depois de dois retiros abençoados, que falavam sobre batalha espiritual e missões, o meu espírito foi muito bem alimentado. Vou querer compartilhar essas bênçãos em outras oportunidades. Hoje, queremos falar de um trabalho social, realizado nesse final de semana, com alguns moradores de rua. Desde já, quero externar os meus agradecimentos aos meus amados irmãos: pastor Alfredo Melo e obreiros Fábio Costa e Salomão Júnior. 
Antes de qualquer coisa, queremos deixar um versículo, que se encontra no evangelho segundo escreveu Mateus, em seu capítulo 25, versos de número 42 ao 45:

porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;

era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes.

Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?

Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim.


A experiência que tivemos relata muito bem o que o apóstolo quis dizer. Quando ajudamos a alguém, estamos ajudando a Cristo. E a nossa ajuda não deve ser somente material, mas espiritual também, pois sabemos que isso é o que mais vale na vida do ser humano. Estar com eles, ouvindo os seus testemunhos e conhecendo-os mais, fortaleceu a nossa fé e abriu ainda mais a nossa visão de mundo.
A nossa chegada causou desconfiança, mas ela foi logo sendo quebrada com os louvores que entoamos junto com eles. Conversamos, sorrimos, pregamos o evangelho e falamos com o Senhor. Após esses momentos, demos o arroz com galinha que havia sido preparado para eles. Todos comeram e ficaram satisfeitos.
No final, fizemos um convite a todos: no dia seguinte, sábado, voltaríamos para buscá-los, para que eles participassem do culto que estava sendo feito para eles. Já no dia combinado, fomos encontrá-los e levamo-los à igreja. Chegando nela, eles escolheram algumas roupas, tomaram banho, lancharam e depois foram ao culto. Lá, alguns tiveram a oportunidade de cantar e dar seus testemunhos. Foi uma verdadeira benção! Ao término do culto, eles jantaram e depois foram levados de volta para as suas “casas”.
Louvamos a Deus porque eles não voltaram como foram. A semente foi jogada e esperamos que tenha caído em terra fértil. Mas cremos que o Espírito Santo está agindo naqueles que deram lugar para Ele.
O que fizemos certamente agradou a Deus, mas não devemos nos gloriar por tais atos, até porque a salvação vem por meio da fé em Jesus, e não por meio de obras. Se amamos, é porque o Espírito de Deus vive em nós. Se fazemos boas obras, é porque Ele nos impulsiona a isso.
Essa obra foi realizada pelo Distrito Guamá V, com a ajuda de muitos homens e mulheres de Deus, que não quero citar nomes, pois posso esquecer muitos.